John caminhava entre os escombros de prédios e carcaças de carros quando de um buraco, em um braço do que já foi uma gigantesca estátua, saiu uma moça. Ela assustou-se, deixou cair algumas coisas. John não falou, correu para ajudá-la, ela se afastou bruscamente, porém seus olhos estavam fixos na bolsa repleta de frutas que ele carregava. Percebendo, ele tirou uma bela laranja e ofereceu, ela relutou, olhou desconfiada, mas por fim arrancou-a da mão de Jhon como se fosse preciso roubar e não simplesmente aceitar. — Se você pensa que darei meu corpo por causa de uma laranja está enganado. — Seu corpo? Eu jamais pediria isso. — Também não tenho dinheiro. — Não quero dinheiro,de nada me serviria. Pegue. — E ofereceu mais frutas. — Por que? — Estão sobrando. — Mas, você nem é brasileiro, dá para perceber pelo sotaque. — Olhe em volta. Não existem mais fronteiras. Não existem mais brasileiros, argentinos, paraguaios, japoneses, americanos… Não existem mais...