Por Jefferson Nóbrega O coração é algo interessante; ele é rebelde. Enquanto o cérebro é o ditador do nosso corpo, tendo tudo sujeito a sua vontade, o coração é insubmisso, um revolucionário sem causa, sempre disposto a contestar qualquer decisão que consideremos racional. Como um revolucionário suas decisões nem sempre são sábias, às vezes catastróficas e, por esse motivo cada vez mais temos aprendido a ignorar sua insurgência. Será sábio trancarmos de tal forma? Deixar a vida à regência do comodismo ou ao medo de uma mudança radical? Tais questionamentos perpetravam na mente de Laura enquanto no banco da praça observava as pessoas passando. Cada uma perdida em seu mundo particular, em seus smartphones e fones de ouvidos, todos arrumando formas de ocultar o grito que se prende ao peito. Preferindo a vida virtual. Menos dolorosa. Menos vida. Lágrimas escorreram por seu rosto. Não compreendia bem o porquê. No entanto, sabia de quem era a culpa: o coração estava supla...