Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2014

O som da liberdade

O Som da Liberdade por Jefferson Nóbrega Em uma rua silenciosa de uma cidade silente. Em um país mudo de um planeta taciturno; um homem chamava a atenção. Quando ele passava as pessoas erguiam a cabeça e baixavam novamente. Pode não parecer nada espetacular, mas era; pois existiam pessoas que nasciam e morriam sem sequer olhar nos olhos de alguém. Ele se destacava na paisagem de prédios cinza e árvores secas, suas vestes brancas com tons azuis eram novidades onde o marrom mórbido dava o tom das roupas. Seus sorrisos e movimentos leves assustavam comparados à marcha mecânica que caracterizava todos. A barba e os cabelos grandes mostravam-se como uma grande novidade diante dos rostos perfeitos e iguais. — Bom dia. — Parecia não se importar com a falta de resposta. Também não demonstrava espanto com a rua engarrafada sem sequer uma buzina apitar. — Bom dia — repetiu para o jovem sentando em uma cadeira na calçada de uma lanchonete, segurava um cardápio por costu...

Tudo por serem poetas

Penso em parar de escrever, especialmente poemas e poesias, Notei que os poetas não são muito agraciados pela vida, Especialmente os homens, Perdem-se na boemia e nos sofrimentos dos amores, Amam intensamente, mas no final é a solidão que abraçam, Arquitetos de palavras no fim lágrimas os calam, E não é dor física que temo, É o fardo de conhecer o íntimo dos sentimentos, sem conseguir vivê-los da forma que escrevo, A vida é traiçoeira com os trovadores e a arte acentua suas dores, Suas aflições não são discretas, Ao coração são submissos, Tudo por serem poetas; Ou são poetas por isso?

A Carta

Remetente :  Jefferson Nóbrega Destinatário : Futuro amor da minha vida Brasília 29/08/2014 Futuro amor da minha vida, como você está?   Escrevo por que não vejo a hora de te encontrar, de ver seu rosto; conhecer-te. Aliás, eu já posso até tê-la visto, mas sabe como é, a vida tem nuances que nos cega às vezes. Peço que perdoe-me. Não sei como és, porém quero logo estar contigo. Não demore por favor, o tempo urge! Cada dia que passa são momentos que perdemos. Agora mesmo poderíamos está aqui no sofá, você com a cabeça em meu colo, perdendo-se em lágrimas por causa do filme enquanto faço pose de durão e derreto-me por dentro.   Fico imaginando como você é, acho que também pensas o mesmo. Sabe, provavelmente já nos encontramos e até gostei de você, algo deve ter dado errado, mas vamos nos topar novamente.   Você não deve ter notado que nascemos um para o outro por causa dos sofrimentos que já te causaram, isso gera medo e cega, entretan...

Sobre escolher demais no amor...

Pensamentos corroeram minha mente por toda a madrugada. “Você escolhe demais”, escutei essa frase de três mulheres em um único dia. Ditas em tons acusatórios, como se eu tivesse cometido um crime de lesa-majestade. Não seria um direito meu “escolher demais”? “Ah, mas quem escolhe muito fica sem nada”, é a réplica genérica. “Ficar sem nada” é um risco.  Todos que amam estão propensos à rejeição e solidão, a vida sem perigos não é vida.  O problema desse tipo de inculpação é que  jogam-me ao estereótipo “só quer peitos e bunda”. Geralmente redarguo: “Leste um dos meus contos, poesias ou poemas?”, se a resposta for não, finda-se tudo. Como ousam julgar os sentimentos de um escritor ignorando seus escritos? Mesmo que sejam ruins. É por sua pena que seu coração confessa-se e requesta-se com toda sinceridade. Se lessem saberiam que imputar-me o gosto por turbinadas é idiotice, afinal todas as minhas protagonistas são descritas como esguias, magrelas, selvagens e acima ...