A faca entrou com uma facilidade que ela não esperava. Tinha apenas 13 anos e não imaginava ter tamanha força. O sangue que escorreu sobre sua mão estava quente. Quase fraquejou quando ele começou a apertar seu pescoço, ela girou o punhal, a dor obrigou-o a largá-la e fez com que ele caísse com as costas no chão.
A menina levantou e sentou sobre o homem que agora empurrava seu intestino de volta pelo furo, o pavor estava no rosto dele, tentou gritar por socorro, entretanto, a arma transpassou sua garganta e furou o carpete, fazendo-o golfar sangue. Os olhos esbugalhados não fecharem-se para a morte deixando o cadáver com uma expressão de medo.
Ela chorava, e não sabia muito bem o motivo. Arrependimento não era; talvez fossem lágrimas de alívio, de liberdade.
Calmamente foi até a cômoda, pegou uma meia e limpou a lâmina. Dirigiu-se até o banheiro, tirou a camisola rasgada, tomou um longo banho e vestiu roupas velhas.
Voltou ao quarto e deitou-se em sua cama. O corpo estava caído ao lado e exalava um cheiro forte de sangue e mijo. Não demonstrando qualquer preocupação, fechou os olhos. Sabia as consequências que iria enfrentar quando amanhecesse e mesmo assim, sentia-se muito bem. Adormeceu como a muito não fazia, foi a noite mais tranquila que teve desde que sua mãe casou-se novamente há três anos, e que seu padrasto começou a fazer visitas noturnas ao seu leito.
Rolou para o lado e sussurrou sorrindo:
— Bons sonhos, papi!
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